14 de ago. de 2016

UM PAI E UMA PAIXÃO


Meu pai me visita, às vezes, em meus sonhos.

Outro dia, me lembrou dos dias em que me levava para escola e tomávamos picolés. Ele de chocolate, eu de limão.

Ele me ensinou muitas coisas. Tanto a fazer, quanto a não. Quem é perfeito?
Dos seus grandes ensinamentos, prezo os mais simples.

Jogar baralho. Comer bem e em lugares inimagináveis. Cinema e pipoca.

Esportes... assistir e torcer! A parte de praticá-los, tive que aprender sozinha, apesar de ter sido um bom jogador e entendedor de futebol.

Aliás, o mais presente de seus legados!
O futebol.

Meu pai me ensinou a entender esse esporte tão masculino, na época.  A amar meu time e a perceber que sangue corintiano é hereditário.

Paixão também.

A sentir o prazer dos estádios lotados e da "Fiel" fazendo as arquibancadas e meu coração tremerem.

Comer amendoim, cachorro quente e suco de laranja de copinho. Delícias do intervalo.

A aguentar a chuva fria escorrendo pelas costas, enquanto o jogo rolava, e voltar pra casa de joelhos no banco do carro, de tão molhada.

Voltar pra casa sem o tão sonhado campeonato de 74.

A suportar as derrotas. E celebrar as vitórias.

Para eternizá-lo, fiz de seu nome o nome de meu único herdeiro.


E esse... nem sequer liga para o nosso tão amado TIMÃO.

Dois Henriques

2 comentários:

  1. O Pai é aquele ator coadjuvante que, no final das contas, acaba por ganhar um filme só dele na sequencia da série.

    Parabéns pelo texto. Como sempre, belíssimo!

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    Respostas
    1. Pais e mães sempre merecem papéis de destaque!
      Agradeço muitíssimo pelo incentivo!
      Críticas sempre nos fazem melhorar a cada palavra. Sempre nos fazem seguir.
      "Se jogar" ainda mais!
      Abs a esse alguém desconhecido!

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