4 de nov. de 2015

Meu blog, minha casa!


Sou assumidamente sem teto! Minha casa é esse avatar em que essa minha alma insiste habitar.
Talvez esse blog possa fazer vezes de casa.
Penso, então, que meu segundo post pode falar da casa que tenho desenhada em mim.
Engraçado. Eu devia morar nela... e é ela que mora em mim!

Para que se sintam acolhidos, melhor visitá-la por aqui.

Minha casa tem cara e essência.
Tem cortinas brancas, daquelas indianas, que tapam o sol com a peneira.
Esvoaçantes, para se saber que o vento está ventando.

Quase nada de coisas.

Música também! E artes! Das minhas e de amigos.
Bilhetes pendurados por suas paredes, paredes que têm fotos, fotos de momentos que devam estar explícitos, que reavivam os instantes mais quietos.

Um pequeno jardim de grama para sentar com meu cão.
Algumas plantinhas autossuficientes, porque não sou entendida delas. Já tentei. Vou precisar de um jardineiro, se quiser algo mais que isso.

Flores! Delas eu gosto. Espalhadas pelos quartos, sala, cozinha, banheiro.
Nos quartos, elas serão brancas, para manter a pureza do sono e para que os sonhos sejam brandos.
Pelo resto da casa, podem colorir de todas as cores, jeitos e tamanhos. Para convidar a gente a sorrir.

Piscina e churrasqueira dão trabalho, mas reúnem. Talvez sim, talvez não.

Na sala, com toda certeza, tem uma tela grande, pois costuma juntar gente e pipoca ao redor. Chocolate e cobertor, também.
Os móveis dessa sala? São daqueles que abrem espaços. Porque tem que ter dança numa casa.
Dança, música, expressão, pessoas.
Não qualquer gente! Aquelas amadas. E amigos daquelas amadas. Pois não devo cercear os amores dos outros. Prefiro abrir minha casa pra eles e ganhar mais lugares ocupados no coração.

Haverá bagunça ao acordar. Sinal de que houve movimento, sensações, discursos, risos, sentimentos e tesão.
Ainda sobre as manhãs, haverá cheiro de café, pães, geleia e mel.
Para recuperar forças, despertar as mentes, recomeçar.

Claro! Tem quarto de filho nela! Sempre de braços abertos, disposto a esperar com cama bem grande e objetos de infância.
Porque filho que é filho vive longe, cria raízes em outras terras, cria seu mundo, mas por alguma horinha, corre pro seio da mãe.
Esse é o quarto que representa melhor a vida! É onde dois ciclos se encontram. O quarto da infância observada. A perpetuação.

Já o de hóspedes tem outra cara: cama fofinha, toalhas cheirosas, almofadas, futons. Destinado aos amigos achados, perdidos, aos casais desamparados de cama, aos viajantes e viajados.
Tudo muito acolhedor, com cara de suíte de pousada, para quem se servir nem sequer pensar que a amiga está no quarto ao lado.

Uma coisa muito importante dessa casa é o altar: um lugar reservado às gratidões e aos momentos de dúvida. Não há imagens nele, somente representações naturais que me situam sobre quem sou e para onde vou.
É nesse lugar, íntimo, que entendo que tudo e nada me pertencem. Que o que irá comigo dessa casa é o que paira em seu ar, é o que recomponho imaginariamente, quando caminho por seus espaços.
E eu sou esse lugar. E esse lugar sou eu.


Para meus amigos Bianca, Giulia, Samuel e Tatiana (também a meu novo amigo Léo). 
Ah! Esse texto já tinha sido escrito antes do último sábado!

2 comentários:

  1. Demais, Fátima. Isso eu também penso: tenho que me sentir em casa onde eu estiver: tenho que estar comigo, o mais é acessório e perfume... bj!

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  2. Obrigada pelo feedback!
    Sabendo o que as pessoas pensam a respeito do que falamos nos faz continuar a "se jogar"!
    Bjs

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